terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sentimentos a meia-distância

Espiral foi o último poema (deste bloco) que fiz baseado em outra coisa que não fosse eu. Mais uma vez é fruto de minha reflexão sobre o livro (IHH, o qual já mencionei aqui antes) e, sinceramente, é o que eu menos gostei. Não direi em quem ele é baseado, mas para quem já deu uma lida nos .docs que deixo perdido por aí, pode descobrir quem é.

Sentimentos a meia-distância (14/04/08)

Ferido e incompleto, ergo minhas mãos atadas e aponto

Há algo além daquelas montanhas que me pertence
E um dia a pegarei de volta
Basta esta ser uma vontade mútua

Um vidro quebrado reflete seu outro lado

Em ligações inexistentes, confraternizando confusões
A sombra que me segue sem que eu note
que o verdadeiro dependente sou eu

Por tanto tempo estive dormindo

Incapaz de sentir quão incompleto posso ser
As dores que me acompanham na estrada
Será que também foram divididas?

O espelho já não mais pode refletir

A imagem com a qual me acostumei
Aos poucos, deixo que essa sombra distante me abrace
Para que da sua fragilidade eu tire minhas forças

Dançando descontraído em dias felizes

Vejo meu outro lado tão distante
Mas isso não me abala, pois sei que um dia,
certamente, definitivamente, seremos um só
Desde que esta vontade também te acompanhe

Para dentro de terras que desconheço

Vaga a outra metade que me pertence
Acreditando no futuro, abriremos nossas asas
E deixaremos que o vento nos mostre o caminho

Além destas montanhas que separam o mar e o céu

Descansa algo que me pertence
E um dia a conquistarei de volta
Pois sei que, à meia-distância,
Compartilhamos esse sentimento

2 comentários:

VSam disse...

Você gosta mesmo de espelhos, hm? Não é a primeira vez que vejo você tratar de "reflexos". Eu acho que mais do que um tema curioso, reflexo/refletir (e variações) são palavras gostosas de escrever/ler. E poéticas, de certa forma.

Perdão pelo comentário superficial. Eu não sou o tipo de pessoa que consegue interpretar textos como esse com muita facilidade. E o relógio marca uma e meia da manhã.

Keep doing this,
Weick. ^^

Anônimo disse...

Como sempre mais um poema triste, lindo, mas triste! mas a verdade e k vc consegue nos envolver com seus poemas, é algo comum já pra mim sempre k leio um dos seus poemas^^.