domingo, 30 de novembro de 2008

Per Capita

Amor Amaldiçoado foi o meu primeiro poema que não se tratou de mim. O fiz pensando na história de meu livro, IHH (que alguns aqui devem reconhecer) e foi uma experiência nova e agradável. Me imaginar na mente de um personagem e construir uma poesia totalmente dedicada ao mesmo me ajudou a ter uma visão mais profunda da personalidade não só de Lucy, minha inspiração em Amor Amaldiçoado, como a de vários outros personagens. Logo mais teremos outro poema neste estilo e espero que gostem.

Outra, comparando as datas do 4° e 5° poemas, verão que um saiu pouquíssimos dias antes do outro, embora a ordem ainda esteja ao contrário. Foi como eu disse, iniciei numa data mas só vim a terminar depois, e segui a ordem em que terminei. Mas acho que os próximos estão certinhos. Se não estiverem, não faz mal, hehe.

Per Capita (30/03/08)

Um todo divisível, uma conexão desconhecida

A estrada que o tempo mostra é tão diferente da ideal
Tão egoísta que não se vê o que está caído
Nessa eterna procura pela felicidade real

Sorrisos bobos que nada sabem

Entrelaçados em mãos inocentes
Num teatro de marionetes humanas
Até sua respiração é vontade de outro

Sem hesitar, avançamos neste fluxo colossal,

Mal distinguidos entre si como num rebanho
Alimentando os donos de tudo
Nossa felicidade é dividida per capita
Em lotes e caixas de valor concreto

Inaptos, cegos, enganados e descartados

Correria, esforço, suor e queda
Ainda atados a esta regra universal
E a mais regras de origens profundas,
não podemos sorrir por nós mesmos

Ah, que dúvida é esta que atinge a todos da mesma forma?

Ah, o conforto e segurança atuais duram para sempre?
Esta estrutura tão frágil, sujeita a desabar a qualquer hora
Conseguirá alcançar a felicidade a tempo?

O vôo não é para todos nós

Mas há esperança mergulhada em raízes
O que fazemos com este prazer que nos vem tão escasso?
Depositamos em sementes e plantamos em novos seres
Para que haja uma colheita de liberdade

Um comentário:

VSam disse...

Uma pergunta:
Você registra os seus textos? Em cartório?

É, porque eu (e mais outras pessoas, certamente) os acho muito bons e passíveis a serem copiados por alguém. Não sei se é algo que te interessa, mas registro de autoria é importante para tornar o seu trabalho como sendo "verdadeiramente seu". Não sei exatamente como funciona, mas é a questão da segurança e da famosa copyright.

Keep doing this,
Weick. ^^