sábado, 29 de novembro de 2008

Amor Amaldiçoado

Não sei se todos perceberam (e espero que não, ou este comentário seria inútil) e, portanto, achei válido ressaltar que os números que acompanham cada título são a data em que fiz o poema. Para ser mais exato, a data em que comecei a fazê-lo. Posteriormente passei para a data que o terminei, mas isto deve aparecer somente a partir da segunda metade deste pequeno grupo de poesias (a partir do 7°, talvez). Então a ordem cronológica de alguns deles estarão embaralhadas e espero que ninguém estranhe isso, hehe.

Outra coisa interessante, pelo menos para mim, é o tempo curto entre os primeiros poemas, todos os 3 primeiros foram feitos em Março deste ano e, na verdade, até mesmo o 5° foi feito em Março. Acho que me empolguei bastante com isso e fiz um monte logo de cara, mas ao longo do ano deixei apenas para os momentos de inspiração e a distância entre cada um deles se tornou maior.

Quanto ao poema do post anterior... Pode não ter sido o começo da minha tristeza, mas com certeza foi o começo dos meus poemas mais tristes. Miragem fala de um homem morto, e fala de mim. Como eu me sentia sem vida e sozinho, como eu via como era caminhar entre as pessoas. Pois bem, eu não morri. Não de verdade, porém algo em mim assim se sentia e isso criou a Miragem. E a pergunta ainda não desapareceu...

Amor Amaldiçoado (01/04/08)

Peça por peça, este quebra-cabeça está desabando

Como a neve a este céu de sentimentos congelar
Distanciando nossas vidas, uma fenda rasga nossa ligação
Queria nunca ter começado a amar

O dilema da distância

Devo forçar-me a uma conciliação
Ou esperar a boa vontade de Deus para isso?
Caso não tenha percebido, seu desaparecer me afeta muito

Irresponsabilidade que retira a presença

Uma maldição caiu sobre nós
Até onde um simples erro pode levar
Para me deixar tão só?

Um luto que excede estações

Chuvas melancólicas, um calor que não é seu
Ao morrer com o verde, o frio não conserva sua imagem
Mas para mim, tudo permanece a desbotar

A pena ainda não terminou, mas não durará muito

O vulto fétido ergueu-se nas sombras
Abrace-me, deixe-me sentir o cheiro de terra molhada
Mate-me, deixe-me sentir o mesmo perecer
Salve-me, a eternidade por si só é um inferno

O purgatório não é o bastante, traga-me mais aflições,

para que esta culpa ligeiramente deixe meu ser
Abrace-me, deixe-nos dividir este momento
Mate-me, meu corpo ainda lhe pertence
Salve-me, a saudade por si só é um inferno

Palavras não descrevem sentimentos

Nem contam perdas precisamente
Esta maldição que caiu sobre nós
Agora dorme gentilmente

2 comentários:

VSam disse...

Agora um texto com um desfecho mais "agradável", não é?
"E a maldição que caiu sobre nós / Agora dorme gentilmente".

A parte que eu mais gostei foi a que fala que "Palavras não descrevem sentimentos". Não descrevem mesmo. E nunca conseguirão, ao menos os sentimentos mais profundos e sinceros.

Keep doing this,
Weick. ^^

Chelli disse...

esse é um dos seus poemas que mais se identificaram com o que eu sentia em certas épocas.. até hoje... vc sabe né T.T"

enfim... >.<

preciso sempre elogiar.. vc escreve muitíssimo bem!

beijinhos filhinho adorado ^^/

Chelli