quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um abraço por correspondência

Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido. Esta é a definição do dicionário para saudade. É certo que, de alguma forma, possamos entender o que significa através de palavras, mas como outros sentimentos, e a partir da própria palavra, sentimento, entendemos que só podemos compreender a magnitude destas coisas... sentindo-as. É como a gravidade, sempre existente para nós, e mesmo assim entendida despercebidamente, por assim dizer. Vai e volta, o que sobe, desce, o que parte, volta, o que nasce, morre, e quando você sai, você tem de voltar.
E a saudade cresce, aumenta, e deveria morrer, porque nasceu, mas não morre, nem adoece, nem enfraquece. Adormece, mas dormir implica em acordar e despertar sugere em abandonar os sonhos, a utopia, toda a miragem que é viver distante e encarar o fato de estar longe do que queria. Ou de alguém. E sofrer por isso, sofrer de modos distintos. Sofrer por querer abraçar, por querer beijar, nem que seja o rosto, desejar incessantemente um toque, um olhar, e ter de esperar para ouvir, quando se pode. Saudade é esperar, é aguardar dentro de um casulo que a luz penetre pelo buraco que se faz com tanto esforço, rompendo os fios nos quais você mesmo se enrolou, ou se deixou enrolar, e se tem mais trabalho para fugir do que para entrar.
Saudade é desejar poder enviar que seja um abraço por correspondência, e imaginar a expressão de quem o pegar dentro de uma carta, como se seus braços pudessem sair do papel e segurar firme quem está no destino. Sitiá-lo, circular e prender, puxar de volta pelo mesmo caminho que a correspondência, sonhar e sonhar com o momento do reencontro.

Às vezes imagino que saudade seja esperar dormir, para lá encontrar quem deseja. Outras vezes imagino que saudade seja, na verdade, o sonho em si, que se realizou, como um relâmpago, que brilhou forte por um instante e apagou, e agora só resta esperar outro relâmpago aparecer. Seja como for, o clarão continua, tornando-se mais intenso e duradouro a cada repetição. Assim sendo, um dia, o relâmpago se tornará um sol...

7 comentários:

Tiny Tanuki disse...

wow o_o *morre*

tá muito bom, acho q é meu preferido agora o_o to impressionada em como vc ta escrevendo bem o.o

nem tem comentário...te obrigo a escrever mais textos u.uv

Fonftka disse...

Ler isso na tela desse notebook matou meus olhos, por causa do contraste com o fundo..... @_@

Mas falando do que interessa, tenho adorado cada vez mais as coisas que você escreve. Faz parecer tão fácil colocar sentimentos em palavras! Só que deve ser fácil, né. A coisa é essa. XDDD

Tentei escrever algo sobre o que acho de saudades, mas na hora não sei bem o que dizer. Mas sei o quão preciosos são esses lampejos quando estamos todos meio que seguindo cegamente pela vida, sem certeza de onde realmente iremos parar. Assim, quando a luz aparece, podemos ver de relance o caminho que estamos tomando, o que está a nossa volta, o que há de bom e que estávamos prontos pra esquecer, ou no que estamos nos segurando. Enfim, acabei falando do mesmo jeito. XD


Sei lá, parabéns. XD Muito bom mesmo, Arty.

pa-chan disse...

oh! pensei q seria a primeira...esse negoço tá bugado xDD...simples e fantástico, além de muuuito fofo, quem será está pessoa? =3~

pa-chan disse...

ah! fonfom escreve demais *chuta* u_u

Tiny Tanuki disse...

xD ele precisa de um blog tb /o/ xD

Aru disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aru disse...

Está muito bom!!! Você realmente tem escrito cada vez melhor (e mais confusamente).

Ahn... é isso xDD

Espero que o seu relâmpago se torne um sol o mais breve possível ^^