segunda-feira, 24 de maio de 2010

De volta

Aguardando o surtir do efeito da longa espera, numa mistura de ânimo e esperança, desafio e frustração, desamparo e confiança, no fim, a confusão se aproxima irada, e o que comete a ira é despedaçar as frágeis expectativas do futuro, sem construir, por necessidade, algo para substituí-lo.
E é assim que tudo retorna, de modo inesperado, como quase todo retorno, seja planejado ou não, atinge alguém. E é tudo ainda tão estranho que nada se pode notar sob o embrulho que se faz no interior de si as coisas do coração. É, de certo, intangível para os que estão ao redor, voando livremente sem as asas da preocupação, que mais pesam do que lançam qualquer um para cima. É como um mergulho num céu infinito. De volta ao chão, o fim?

De volta a ação, o sim. E assim se perpetua os passos que por vezes não lhe tiram o lugar nem lhe tiram do lugar, mas mesmo em toda sua incoerência o fazem andar. De volta a negação, o mau. E que mau é este que vem e acarreta toda a razão para dar lugar ao medo e à privação. Transformação, é o que se faz necessário.
Dentro da necessidade há opções, e destas se ramificam as possibilidades de decisões muitas vezes ocultas por nossa própria visão embaçada por tudo aquilo que não queremos enfrentar. Porém, enfrentar é mais necessário do que transformar, ou melhor seria apagar? Confirmando assim a volta para se dizer "estou de volta!" para provar que o ânimo ainda existe.

De tudo, o que resta para a volta é o planejamento de um amanhã tão próximo que pode ser hoje e tão distante que pode ser depois de amanhã. Porém, nunca será dado um adeus definitivo, nem para o futuro, nem para o passado, pois para eles sempre estamos dizendo "estou de volta!".
Portanto, afirmo que para quem já faz parte do futuro e do passado, nunca será dado um adeus definitivo.

Nem nos piores pesadelos...